sexta-feira, 7 de abril de 2017

Operação Leite Compensado

Essa operação começou em 2013, quando o Ministério da Agricultura analisou a qualidade de uma amostra de leite de um posto de resfriamento, e nessa ocasião foi constatado que havia água no leite e algumas outras substâncias, dentre elas a ureia, que é usada para que a indústria não note a perca de nutrientes do leite.
Nessa ocasião, o engenheiro químico Jerônimo Friedrich constatou que a ureia tem formol, que é uma substância cancerígena. 
Isso foi o início da operação e também considerada como a etapa 1 da mesma, que atualmente (2017) está na etapa 12.
Em cerca de um ano, foi constatado que três empresários de três diferentes cidades que são alvo do MP transportaram cerca de 100 milhões de litros de leite fraudado.
Nessa operação foram cumpridos mandatos de prisão, busca e apreensão nos municípios de Ibirubá, Horizontina e Guaporé. Além da prisão dos empresários do ramo, o MP realizou apreensão de: documentos, computadores e 17 caminhões transportadores.
Um dado importante é que, segundo o MP, para um total de 10 litros de leite, 1 era de água de poço e eram adicionados 100 g de ureia.
Segundo o promotor Mauro Rochemback o risco dessa técnica é muito grande pois o formol não sai nem mesmo com a pasteurização.
De acordo com o código penal, no artigo 272, a adulteração consiste em crime hediondo de corrupção de produtos alimentícios.

Etapas da operação: A etapa 1 se deu com o início das investigações e iniciou em 2013.

Etapa 2: Ministério Público Estadual desarticula mais dois núcleos da fraude no leite no Rio Grande do Sul.
Mais dois núcleos de fraude no leite forma desarticulados em maio de 2013, um no município de Tês de Maio e outro em Rondinha. Foram cumpridos cinco mandados de prisão, sendo presos os empresários Adelar Roque Signor e Antenor Pedro Signor; o motorista Ordilei Fogalli, o vereador Lauri Larri Jappe e Daniel Fieti Villanova. Afraude é a mesma constatada na etapa 1, onde era misturado aguá com uréia (que contém formol) ao leite.
O leite adulterado em Rondinha era levado para a empresa Marasca e vendido para a cooperativa Confepar, no Paraná.
O promotor envolvido no caso disse que havia restrição para que o leite não fosse utilizado, mas essa ordem não foi cumprida.
De acordo com o MP, foram adulterados cerca de 120 mil litros de leite nesses dois novos núcleos.

Etapa 3: Suspeitos de adicionar água oxigenada no leite prestam depoimento à Promotoria Criminal.
Essa etapa foi realizada no início de novembro de 2013, onde constataram o uso de água oxigenada, soda cáustica e bicarbonato de sódio no leite vencido. Os suspeitos fazem parte da mesma família, foram investigados: Airton Jacó Reidel, dois sobrinhos e a esposa, e o material apreendido analisado.

Etapa 4: Novas amostras confirmam produto vencido e com adição de água.
Foi realizada em março de 2014, e foram recebidas amostras de produtos com indícios de água e acidez elevada, que indicava que o produto estava apodrecendo, resultado de transporte irregular sem condições de higiene. Não foi detectado o uso de formol, porém foram coletadas novas amostras e os resultados não foram divulgados. A operação desencadeou por amostras também coletadas nessa mesma região, onde havia adição de formol no leite.
Foram investigados postos de resfriamento em Condor e os transportadores desse material.

Etapa 5: Proprietários de indústrias são presos por adulteração no Vale do Taquari.
Foi realizada em 10 cidades de Taquari e do Vale dos Sinos. Foram presos o proprietário da Pavlat, Ércio Vanor Klein, e o proprietário da Hollmann, Sérgio Seewald, e Jonatas William Krombauer, além de 15 mandados de busca e apreensão de 34 caminhões. Através das amostras comprovaram que havia leite azedo e com mais água do que o permitido.
Ainda apreenderam notas fiscais que mostram a compra de diversos produtos que poderiam ser adicionados ao leite para ser fraudado, como água oxigenada, soda cáustica e outros.
A quinta etapa ocorre a um ano depois da primeira.

Etapa 6: MP prende quarto suspeito. Empresário já responde por fraude.
No noroeste gaúcho foi preso o transportador Cleomar Canal de Ibirubá, que já havia sendo denunciado em 2013, que responde processo.
Nessa etapa procuram um quinto suspeito, funcionário da Concepar, uma cooperativa que recebe cerca de 7 milhões de litros de leite com suspeita de adulteração por mês, esse já com prisão decretada. Também foram presas mais três pessoas, documentos, produtos, e 24 caminhões.
O MP foi acionado porque processavam, industrializavam e comercializavam leite adulterado com água ou vencido.

Etapa 7: Nova fraude: MP descobre água e sal em distribuído no Norte do Rs.
realizada pelo Ministério Publico (MP) na manhã do dia 3 de Dezembro de 2014 foi detectada a adição de água e sal em produtos que eram distribuídos na região norte do Rio Grande do Sul. Nesta operação foram cumpridos 17 mandados de prisão preventiva e busca em seis cidades da região, sendo executado 16 mandados de prisão preventiva. Dentre os envolvidos estavam quatro produtores, oito transportadores, dois donos de empresas de transporte, o responsável por um posto de resfriamento e dois funcionários do laboratório deste local. Os postos interditados pertencem à empresa Rampel, em Jacutinga que enviava produtos para a BRF que é responsável pelas marcas Batavo e Elegê, e à empresa Cotrel, em Erechim que enviava leite para a Aurora, em Santa Catarina, Indústria DPA, em Palmeira das Missões, que trabalha com a marca Nestlé. As amostras foram coletadas nessas duas empresas diretamente dos seus tanques assim como também dos tanques dos caminhões que chegavam para descarregar, sendo 62 amostras coletadas que deram positivo para adulteração, sendo encontrado também um pouco de soda cáustica.

Etapa 8: Em nova fase da Leite Compensa, MP descobre adulteração para disfarçar leite azedo.
No dia 13 de maio de 2015 foi deflagrada a oitava fase da operação leite compensado, onde foi detectado na 39 amostras coletadas sinais de adulteração e adição de produtos químicos que alteravam a acidez elevada, mascarando a existência de leite azedo. Fo4ram cumpridos seis mandados de prisão preventiva, três de medidas cautelares e oito de busca nas cidades de Campinas do Sul, Jacutinga e quatro Irmãos. A Cooperativa de Pequenos Produtores Agropecuários (Coopasul) que teve seu posto de resfriamento interditado, recolhia de produtores e aceitava da Transportadora Odair Ltda. leite vencido e com a adição de outros produtos, com o motivo de economizar. A esses produtos eram adicionados água, bicarbonato de sódio e soda cáustica para corrigir as irregularidades. Esses produtos eram encaminhados para as indústrias Piracanjuba, em Santa Catarina, Tangará Foods, em Estrela Lactalis, em Fazenda Vila Nova, Cotal em Taquara, Tambinho, em Erechim e Frizzo em Planalto. O Ministério da Agricultura agora vai verificar se essas empresas aceitam ou rejeitam esse leite com suspeita de adulteração.

Etapa 9: MP descobre leite azedo distribuído como próprio para consumo no Nordeste Gaúcho.
Em Esmeralda no dia 17 de setembro de 2015 foi realizada a nona etapa da operação, onde o Ministério Público (MP) descobriu leite vencido e azedo sendo distribuído aos consumidores. Nesta fase foram cumpridos quatro mandados de prisão, cinco de busca e apreensão de quatro caminhões. O Ministério da Agricultura vai irá rastrear quais as marcas comercializavam esse produto vencido. O laticínio Unibom em Água Santa também passou por vistoria por receber leite de uma distribuidora de Esmeralda, não sendo encontrados indícios de participação.

Etapa 10: MP descarta delação premiada para denunciado na fraude do Leite.
Um dos envolvidos na fraude do leite em Venâncio Aires foi ouvido pelo MP (Fábio Bayer). Conforme o MP, a Lactibom adicionava água no leite e comercializava leite estragado, além de repassar para a queijaria. A fábrica foi interditada e os produtos retirados do mercado.

Etapa 11: MP deflagra a 11ª Operação Leite Compensado e a 4ª Operação Queijo Compensado no RS.
MP deflagra a 11ª fase da operação leite compensado e a 4ª operação Queijo Compensado no RS, o objetivo dessa vez foi combater adulteração dos produtos por meio de água e amido de milho, para aumentar o volume do leite, e por meio de água oxigenada e ácido sórbico, para respectivamente, tentar conter bactérias e fungos. Os cinco mandados de prisão foram cumpridos em São Pedro da Serra, cerca de 100 quilômetros de Porto Alegre.

Etapa 12: MP deflagra operação contra indústrias que misturavam soda cáustica no leite vencido.
Amostram confirmaram produtos impróprios para o consumo. Era adicionado soda cáustica e bicarbonato de sódio em produtos vencidos, como o leite, creme de leite e o queijo.
Outras marcas que também tiveram produtos ilegais são: Bonilé alimentos (Queijo , creme ou leite), Princesul (Queijo). Também foram alvos da operação a transportadora AC Tressoldi e a M&M Acessoria, a ação ocorreu em cinco cidades gaúchas, Travesseiro, Estrela, Nova Araçá, Casca e Marau. Foram cumpridos quatro mandados de prisão e quatro de busca e apreensão. Uma pessoa segue foragida.
A investigação confirma que o crime organizado e de comercialização de produto lácteo impróprio para consumo humano. Os três laticínios recebem e repassam entre si leite cru, creme de leite e soro de creme fora dos padrões previstos para a legislação brasileira.
A investigação conta que carregamentos de leite que só poderiam ter destino a alimentação animal foram usados para a industrialização de produtos de consumo humano, ressalta o promotor Mauro Rochemback. O leite compensado 12 é realizado pelo grupo de atenção especial de combate ao crime organizado com participação do Ministério da Agricultura.
Em nota, o "Dia%" afirma que: "Decidiu retirar proativamente todos os lotes do produto de suas lojas e bloqueou a saída do centro de distribuição, todos os clientes que compraram o leite integral UHT DIA (1 L) podem devolvê-los e ser reembolsados do dinheiro".
Além disso está refazendo os testes de qualidade com o leite em questão.

Ao fim da etapa 12 dá para se ter uma noção da grandeza desta operação em âmbito regional. Nota-se que a divulgação dessa operação tem sido muito restrita a web sites e jornais locais do Rio Grande do Sul, o que causa uma certa preocupação se tendo a noção da gravidade de tais acontecimentos para a comunidade como um todo. Percebe-se que a mídia televisiva tem tentado esconder tais fatos e as notícias relacionadas da operação. O que não se percebeu com a Operação Carne Fraca, que não teve investigações tão conclusivas como essa, mas que impactaram grandemente na economia nacional, percebendo-se que a relevância de investidores influencia negativamente nas mídias manipuladoras desse país.

Com relação à impactos positivos e negativos pode-se correlacionar que muitas empresas foram fechadas e trouxeram impactos negativos na macro-economia regional do estado, mas que abriram oportunidades para novas empresas e empresas consolidadas no mercado que prezam sua qualidade ou que ainda não foram descobertas na investigação por diversos motivos. A equipe considera essas pessoas como um bando de vagabundos influenciáveis pelo poder.

Att, 

Equipe Milk-If.





Um comentário:

  1. Interessante e bem construída conclusão.
    Algumas partes parecem ter sido copias integralmente.

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