Um
dos motivos que levaram a Polícia Federal a investigar possíveis
irregularidades nos abatedouros de carne no estado do Paraná foram
as denúncias feitas pelo Fiscal Federal agropecuário Daniel Gouvêia
Teixeira, onde ele relata de possíveis remoções de funcionários
sem os seus respectivos consentimentos. Segundo Daniel isso se daria
devido o interesse de evitar fiscalizações das atividades, fraudes
e falsificações dentro da cadeia produtiva facilitando possíveis
práticas de crime.
Outros
motivos também que levaram a PF investigarem os abatedouros
(frigoríficos) foram possíveis pagamentos de propinas à agentes
federais, aproveitamento de animais mortos, uso de carnes estragadas,
uso de produtos indevidos, comercialização de certificados
sanitários, dentre outros, etc e suspeitas de esquema de corrupção
entre frigoríficos e chefias do serviço do MAPA.
Daniel
também relatou de depósitos bancários realizados em contas de
agentes de inspeção, onde o mesmo cita de que esses depósitos
seriam uma “ajuda de custo”. Ele relata também de bens
supostamente relacionados a atos de corrupção como (apartamentos,
terrenos, carros, pontos comerciais em shoppings, franquias de
empresas no ramo da alimentação, etc).
Foi
tomando como base no depoimento do agente que a Polícia Federal
decidiu iniciar a operação CARNE FRACA nos abatedouros do estado do
Paraná.
Várias
irregularidades foram encontradas na operação sendo a principal a
má conduta de servidores do serviço de inspeção nas empresas de
processamento de produtos de origem animal. Esses servidores
utilizavam de seu cargo indevidamente para favorecer empresas,
ocultar más condutas no processamento, exigir propina e coagir
colegas que se opusessem ao ato de corrupção. Essas ações foram
identificadas pela polícia e atos de coação foram relatados por
servidores que foram exonerados de suas funções e transferidos de
cidade, ato identificado como abuso de poder e má conduta dos
profissionais.
Além
da usurpada conduta ética dos funcionários da inspeção e das
empresas envolvidas, foi relatado a existência de diversas
irregularidades nas empresas, como a utilização de quantidades de
carne muito menor do que quantidade necessária na produção de
produtos, sendo utilizadas outras substâncias para complementar o
produto. Foi relatada a utilização de carnes estragadas para compor
a produção de salsichas e linguiças, e para “maquiar” as
carnes estragadas a substância ácido ascórbico (Vitamina C) foi
utilizada. Erroneamente, devido a falta de conhecimento técnico dos
investigadores, foi classificado pela polícia federal como
cancerígena a substância ácido ascórbico.
Também
teria ocorrido o fornecimento de produtos fora das normas acordadas
em contratos resultando na suspensão do contrato e da entrega de
material para composição da merenda escolar e no processo
administrativo MAPA 21034.003214/2014-24. A salsicha fornecido pela
empresa continha carne de frango quando deveria ser composta por
carne de peru, causa na qual originou o processo.
Da
forma que foi realizado a divulgação da Operação pela Polícia
Federal, houve
críticas
pelo presidente da ADPF (Associação dos Delegados de Polícia
Federal) na qual foi apontada falha na comunicação.
Segundo
o presidente, a forma que a Polícia Federal divulgou a operação
dizendo que foi a maior operação da história e que gerou uma
interpretação equivocada e uma generalização que tornou um
problema contínuo em todo o setor interno e externo, resultando na
suspensão da exportação para União Europeia e outros 14 países.
No
qual o que acontecia de verdade, era um esquema envolvendo desde
empresários do setor do agronegócio e os fiscais agropecuários que
teriam como obrigação de fiscalizar e barrar o que estava ocorrendo
de errado, então eles, os fiscais facilitavam a emissão de
certificados sanitários que era apenas para alimentos que estavam
aptos para o consumo mas, na verdade eles burlavam esse sistema e
liberava todos os produtos mesmo os que eram considerados inadequados
para o consumo.
Agora,
o governo com muito esforço e realizando procedimentos de
fiscalização e análise
da
carne acompanhado
de
autoridades de outros países que vieram para poder acompanhar toda a
ação de perto e mostrar que não
tem nada em “nossa
carne e provar o contrário”
como disse o presidente Michel Temer que a carne brasileira é a
“melhor
do mundo”.
A
Operação Carne Fraca deve tanto consequências positivas quanto
negativas. A começar pelas negativas, tem-se:
-
O estremecimento na imagem e notabilidade do setor do agronegócio, em destaque as áreas que criam as proteínas animais no qual o Brasil se destaca como produtor e exportador, considerado um dos mais importantes do mundo;
-
Houve imediatas reduções e moderações às exportações abrangendo suspensão temporária em países consumidores de carne produzida no Brasil, alguns países que suspenderam como China, México e Hong Kong;
-
Exoneração de trabalhadores desse setor, principalmente os fiscais que denunciaram o esquema;
-
Houve também, a redução do consumo interno de carnes no Brasil, as pessoas ficaram preocupadas com as condições em que as carnes estavam sendo produzidas e se haviam chances de afetar a saúde dos brasileiros com o consumo dessas carnes taxadas como adulteradas, bem como saber qual é a qualidade dos produtos consumidos;
-
Suspensão temporária de produtos cárneos, como salsicha e linguiça em escolas que fornecem merendas para seus alunos, pois os diretores responsáveis ficaram preocupados se as crianças poderiam desenvolver algum tipo de doença;
-
E ficou também a insegurança dos brasileiros e das populações estrangeiras sobre a insegurança que não saber o que estão comprando e comendo de alimentos, principalmente os produzidos no Brasil.
Com
relação as consequências positivas, destacaram-se:
-
Combate a corrupção, como sendo um dos maiores problemas existentes no Brasil e alerta de segurança a população brasileira, pois os mesmos pagam caro pelos impostos e necessitam ser melhores informados sobre os acontecimentos envolvendo o Brasil;
-
Desligamento dos maus profissionais que foi comprovado que os mesmos recebiam propina para adulterarem o cenário que está sendo investigado para acobertarem as irregularidades na certificação, em troca ganhariam salários e propinas cada vez maiores;
-
Como crítica positiva é importante ressaltar a valorização da fiscalização em todos os setores de atividades existentes no Brasil, não somente no setor agropecuário mas, também no setor da saúde, da educação, da economia e entre outros, com a incorporação da garantia de qualidade e segurança de todos os envolvidos e boas práticas de produção;
-
Advertir as empresas quanto a necessidade de aperfeiçoamento dos procedimentos, principalmente aqueles que de uma forma ou de outra podem afetar a saúde dos consumidores e mostrar uma severa fiscalização e punição para essas empresas e/ou pessoas que acometem esses erros considerados inadmissíveis para toda a população, não só brasileira mas, também mundial.
A
aprovação do novo RIISPOA tem como base a fiscalização do ponto
de vista industrial e sanitário de inspeção dos animais desde o
recebimento dos animais nos frigoríficos brasileiros até o consumo
dos mesmos pela população e também a alimentação destinada aos
animais. As alterações feitas é que os estabelecimentos só podem
expor à venda ou distribuir os produtos produzidos desde de que os
mesmos não apresentem risco à saúde pública, não tenham sido
alterados, adulterados ou fraudados, possuir segurança e
rastreabilidade em todas as fases de produção. O
resultado dessa aprovação são
mudanças introduzidas na legislação
e na elevação
de penalidades, como o aumento da multa, perda dos Serviço de
Inspeção Federal (SIF). Essas novas
normas têm
como objetivo de garantir a segurança alimentar e também
combater
a fraude. Além
de também
obrigar
a renovação de rótulos
dos produtos de origem animal a cada 10 anos, e conta com 7 tipos de
carimbos diferentes do SIF.
EQUIPE
SUPER AÇÃO
Fabrício de Freitas de Oliveira
Igor Gabriel de Paulo
Roberto Ribeiro Filho
Walleska Silva Torsian
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