sexta-feira, 7 de abril de 2017

FASES OPERAÇÃO LEITE COMPENSADO



A operação leite compensado foi uma força tarefa realizada pelo Ministério Público (MP) com o abjetivo de desmascarar um esquema de adulteração do leite no sul do Brasil. O MP concluiu que em um ano foram adulterados aproximadamente 100 milhões de litros de leite com a adição de 98 toneladas de ureia. Este crime está caracterizado como “crime hediondo de adulteração de alimentos” pelo fato de colocar em risco de forma grave a saúde da polução consumidora.

LEITE COMPENSADO 1
A primeira etapa foi deflagrada em maio 2013, mas no final de 2012 já haviam laudos positivos para a presença de formol (proveniente da ureia industrializada) em diferentes regiões do estado do Rio Grande do Sul. Primeiramente foi descoberta a adulteração do leite pelos transportadores, aqueles que colherem a matéria-prima do produtor e a conduz até os laticínios (indústria). Era adicionada água não tratada e ureia. O volume do leite era aumentado em cerca de 10% e para não ser detectado a fraude pela queda na concentração dos nutrientes, recorriam à adição da ureia.
Esta fase da operação se deu nas cidades de Ibirubá, Horizontina e Guaporé, no estado do Rio Grande do Sul onde foram presas 9 pessoas e espedidos 13 mandados de busca. Foram apreendidos computadores e 17 caminhões que foram utilizados para carregamento do leite adulterado. Entre os detidos, encontra João Cristiano Marx, suspeito de ser um dos responsáveis pelo transporte e adulteração. Foram apontadas as empresas ITALAC, MUMU e LATVIDA.

LEITE COMPENSADO 2
Na segunda etapa da operação, o MP estendeu o raio de atuação da investigação encontrando indícios de adulteração em mais dois núcleos de adulteração do leite. Um no município de Três de Maio e o outro em Rondinha, ambos também no estado do RS. O leite adulterado em Rondinha seguia para a empresa Marasca e posteriormente era vendido à Cooperativa Confepar. Foram emitidos cinco mandados de prisão, sendo três em Rondinha, um na Penitenciária de Espumoso e o último em Horizontina. Entre os detidos estão: os empresários Adela Roque Signor e Antenor Pedro Signor, um dos motoristas da empresa Odirlei Fogalli, o vereador de Horizontina Lauri Larri Jappe e Daniel Fieti Villanova.

LEITE COMPENSADO 3
Já a terceira etapa, que teve início no mês de novembro de 2013, encontrou um outro tipo de adulteração. Desta vez foi constatada a adição de água oxigenada em leite vencido. Para confirmar as suspeitas, realizou-se o interrogatório do suspeito Airton Jacó Reidel, também da cidade de Três de Maio. Contudo o suspeite negou qualquer envolvimento com a fraude.

LEITE COMPENSADO 4
A operação teve início em 14 de março de 2014, dez meses após os primeiros casos registrados. Nessa operação detectou novamente substâncias que adulteravam o leite no estado do Rio Grande do Sul, porém com enfoque na região Noroeste, desta vez o elemento adicionado foi o formol, que possui constituição cancerígena. O caso envolvia um suposto posto de resfriamento na cidade de Condor-RS. Na operação foram presas 8 pessoas ligadas a toda cadeia produtiva que eram cúmplices, uma delas foi Daniel Villanova, proprietário do posto de resfriamento, João Cristiano Marx, apontado como responsável pela adulteração do leite e também foram presos Alexandre Caponi, Angélica Caponi, João Írio Marx, Rosilei Geller e Natália Junger.
O caso tem uma grande ligação com as antigas operações, pois todos têm o objetivo de mascarar a adição de água e expandir o volume do produto, aumentando a lucratividade. As autoridades se mostraram surpresas diante a gravidade do caso, enfatizando que outras fraudes já haviam sido detectadas e essa não passaria em vão.

LEITE COMPENSADO 5
Iniciada em 8 de maio de 2014, exatamente um ano após a primeira,a operação leite compensado 5 teve atuação em duas cidades, Vale do Taquari e do Vale do Sinos. Dessa vez a substâncias encontrados na análise do leite eram leite azedo e adição de água, não alterando o objetivo principal da modificação, lucratividade extrema.
Os proprietários das indústrias Pavlat,ÉrcioVanor Klein, e Hollmann, Sérgio Seewald, situada nessas duas cidades foram presos, funcionários relataram que eram chantageados e obrigados a colocar os elementos no leite, foi preso também, Jonats William Krombauer, responsável pela politica leiteira da Hollmann.

LEITE COMPENSADO 6
Tendo como início dia 11 de julho de 2014, a sexta etapa da operação foi apenas uma continuação as investigações da etapa 5, tendo em vista as empresas que compravam esse produto adulterado para revender. O Ministerio publico (MP) expediu 16 mandatos de busca e apreensão e 5 de prisão, em dez municipios da região Noroeste do Rio Grande do Sul e em Londrina no Paraná.
As prisões comprovaram o esperado, todas as empreeas estavam envolvidas e foram fechadas.
LEITE COMPENSADO 7: MP descobre água e sal em leite distribuído no norte do RS
No dia 03 de Dezembro de 204 o Ministério Público fez inspeções em laticinios juntamente com a brigada miliar na região norte do estado Rio Grande do Sul e foram realizados 17 mandatos de prisão. Nessa sétima opração, foi descoberto a adulteração do leite por água e sal. O grandes envolvidos no caso de adulteração são os dois proprietários dos estabelecimentos, dois laboratoristas, quatro produtores e oito transportadores da cadeia produtiva do leite, além de um responsável técnico do posto de resfriamento do leite.
Segundo relato do promotor criminal Mauro Rockenbach, os responsáveis pela alteração do leite não levavam em consideração de essas alterações poriam em risco a vidas de milhares de consumidores e que apenas estavam interessados no lucro final.
A adulteração do leite com água servia para aumentar o volume do leite e o sal servia para mascarar a agua adicionada, porque essa água altera o ponto de congelamento do leite, sendo facilmente detectado alteração. De 62 amostras coletados, todas deram alteração, levando a condenação de várias pessoas.
Além da adição de água e sal, algumas amostras foram detectadas soda cáustica na composição do leite.
As empresas envolvidas no caso são a REMPEL no município de Jacutinga e COTREL em Erechim. A Cotrel fornecia leite para a BRF no qual é responsável pela Elegê e Batavo, já a Rempel fornecia leite para Batavo, Nestlé e Batavo. Vale lembrar que são empresas já consolidadas no mercado e possuem uma marca muito forte na qual passam confiança aos consumidores no ato da compra.
LEITE COMPENSADO 8: MP descobre adulteração para disfarçar leite azedo
A oitava operação Leite Compensado foi realizada no dia 13 de maio de 2015 é uma extenção da sétima opração onde foram expedidos 6 mandados de presão, três medidas cautelares e 8 buscas.
A cooperativa Coopasul recebia leite azedo da transportadora Odair, de até dois dias após a data estabelecida, para economizar combustível e realizar apenas uma viage até o posto de resfriamento. A adulteração se baseava na adição de água, soda cáustica e bicarbonato de sódio para mascarar o azedo do leite. Estima-se que a quantidade de leite aduterado chega aos 1,4 milhão de litros de leite.
O leite que é processado nessa cooperativa Coopasul enviava leite para as industrias: , Tangará Foods (município de Estrela), Lactalis (Fazenda Vila Nova), Cotal (município de Taquara), Frizzo (município de Planalto), Piracanjuba (unidades em Santa Catarina), Tambinho (município de Erechim).
Nesta operação foram presos Odair Melati (dono da Transportadora); Ariel Paulo (presidente da Coopasul); Vilmar Bonfante, Franciel José Lazari e Ezequiel Ivan Sakrczewski (motoristas); Douglas Bonfante (laboratorista).
Diante de toda essa polemica, as empresas Lactalis e Piracanjuba imitiram nota esclarecedora sobre o assunto:
* “A Lactalis informa que garante a qualidade de todos os seus produtos através de rigorosos controles de qualidade aplicado a todas as matérias-primas utilizadas na fabricação de seus produtos. Sendo assim, qualquer irregularidade na matéria-prima recebida acarreta a sua imediata rejeição e consequente devolução por parte da Lactalis. Desta forma, a Lactalis assegura que todos os ingredientes utilizados na fabricação de seus produtos possuem o mais alto nível de qualidade.”
* Piracanjuba: "Em extremo respeito aos seus consumidores, a Piracanjuba informa que possui um rígido controle de qualidade de todo o leite recebido pela empresa e que, antes do descarregamento, o leite de cada caminhão é submetido a dezenas de análises laboratoriais, o que resulta em mais de 3.000 análises por dia".


LEITE COMPENSADO 9: MP descobre leite azedo distribuído como próprio para consumo no Nordeste Gaúcho
A nona operação ocorreu no dia 17 de setembro de 2015 no Nordeste gaúcho, no municipio Esmeralda. Foram expedidos quatro mandados de prisão e cinco de buscas, juntamente com a apreensão de quatro caminhões transportadores.
Nessa fase foram presas 4 pessoas, dentre elas o proprietário da transportadora Márcio Fachinello e três motoristas da empresa: Claudiomiro de Souza, João Paulo Alves e Tiago da Luz, no qual confessou adicionar produtos para alterar a composição do leite.
Como a coleta de leite nas fazendas produtoras eram realizadas 7 dias após o normal, o leite se deteriorava (acidificava e perdia nutrientes). Para mascarar essa deterioração, os envolvidos adicionavam bicarbonato de sódio e o leite seguia para o processamento nas agroindústrias e depois para o consumidor.
A adição de água nessa fase da opração também foi detectada, para aumentar o rendimento e a lucratividade.
De acordo com o promotor Rochemback, todos os envolvidos foram caracterizados pela participação em crime organizado, adulteração de produtos alimentícios e prática comercial abusiva.
Os consumidores perceberam algumas adulterações, fazendo reclamações constantes, indicando o estufamento das caixas de leite mesmo antes da data de vencimento. Esse estufamento de dá devido à elevada acizes do leite.



LEITE COMPENSADO 10 (Ministério Público descarta delação premiada para denunciado na fraude do leite)
No município de Vênancio Aires (RS) se encontrava um dos envolvidos que foi ouvido pelo Ministério Público Estadual, Fábio Bayer que era um funcionário responsável pelo setor da qualidade dos produtos da empresa Lactibom que é uma das impresas investigadas.
Com o intuito de negociar a delação premiada com tal funcionário, o promotor Mauro Rockenbach queria informações importantes sobre o caso. Contudo, Fábio não queria fazer sobre o caso sem antes saber a proposta do promotor. Sendo assim, o caso foi negado por Mauro.
Segundo Rockenbach, Fábio falou apenas a respeito de dificuldades financeiras da empresa e negou as acusações. O sócio proprietario (Luciano Petry) da empresa citada, também foi preso durante a Operação Leite Compensado.
De acordo com o Ministério Público a empresa Lactibom comercializava leite estragado alem de adicionar água no mesmo. Esse leite era repassado para a queijaria Latte Bios, no estado do Rio Grande do Sul. A fábrica foi interditada e os produtos foram retirados de todos os mercados do estado.

LEITE COMPENSADO 11 (Ministério Público deflagra a 11ª Operação Leite Compensado e a 4ª Operação Queijo Compensado no RS)
Foram cumpridos nove mandatos de busca e apreensão e cinco mandatos de prisão nos municípios de São Pedro da Serra, no Vale do Caí, em Estrela, no Vale do Taquari, em Caxias do Sul, na Serra, e em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. Desta vez com o intuito de combater produtos que foram adulterados com água e amido de milho (para aumentar o volume do leite) e com a adição de água oxigenada e ácido sórbido, na tentativa de conter bactérias e fungos.
O Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Segurança Alimentar do Ministério Público informou que os cinco mandatos de prisão foram realizados no município de São Pedro da Serra. Entre os envolvidos, está o secretário do Instituto Gaúcho do Leite, Clóvis Marcelo Roesler que também é integrante do Conselho Administratido da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil) e sócio administrador da Laticínios Roesler, localizada em São Pedro da Serra. Houve também a prisão preventiva de César Moacir Roesler, Anete Maria Roesler, Antônio Germano Royer e Selvino Dietrich.
A Laticínos Roesler e a Campestre LTDA (em São Pedro da Serra) foram alvo neste nova etapa da Opreção Leite Compensado. Outras empresas alvo foram a Calábria Casa do Queijo (em Caxias do Sul) e a Calábria Casa do Queijo (em Caxias do Sul) e a Nei Casa de Queijo (em Novo Hamburgo). Foi solicitado pelos promotores Mauro Rockenbach e Alcindo Bastos a suspensão do exercício da função de um fiscal da prefeitura, responsável pelo Serviço de Inspeção Municipal.


LEITE COMPENSADO 12 (Ministério Público deflagra operação contra indústrias que misturavam soda cáustica no leite vencido)
Foi deflagrada pelo Ministério Público a 12ª fase da operação Leite compesado e nesta, um dos principais alvos foi a Laticínios Rancho Belo Ltda no município de Travesseiro (RS). Essa indústria foi acusada pela produção de leite, creme de leite e queijo com água e produtos vencidos, adicionados a soda cáustica e bicarbonato de sódio. A empresa também fabrica e envaza leite para uma rede de supermercados do estado do Rio Grande do Sul, e algumas amostras confirmaram que o produto estava impróprio para o consumo.
Foram feitos exames laboratoriais e outras marcas também tiveram alterações em seus produtos, e foram, a Bonilé Alimentos (queijo e creme de leite) e Princesul (queijo). Além de empresas, outros alvos desta operação foram a Transportadora AC Tressoldi e a M&M Assessoria. Essa ação ocorreu nas cidades gaúchas, além do município de Travesseiro, encontram-se os municípios de Nova Araçá, Casca e Marau. Cumpriu-se 4 mandatos de prisão e mais 4 de busca e apreensão e uma pessoa segue foragida.
Os funcionários da laticínios Modena Claudionor Mognon e Henrique Alessi Pasini foram presos na cidade de Nova Araçá. Além destes, foram presos o proprietário da Indústria Rancho Belo (na cidade de Travesseiro), Eduardo Grave, e o transportados Evandro Luís Kafer da cidade de Estrela e um foragido, da empresa C&P, de Casca, Flávio Mezzomo.
Foram apreendidas 5 toneladas de queijo não apropriado para consumo no Laticínio C&P e a indústria Rancho Belo foi interditada.
Foi confirmado pela investigação como crime organizado e de venda de produtos lácteos impróprios para consumir, uma vez que essa adulteração do leite é nociva para o consumidor e tem uma redução no valor nutricional do mesmo.
Algumas indústrias receberam e repassaram leite cru, creme de leite e soro de leite fora dos padrões exigidos pela legislação brasileira. Muitas cargas que não são aceitas por algumas empresas de laticínio são comercializadas para essas indústrias. Algumas investigações apontam que os carregamentos de leite só poderiam ser destinadas para alimentação de animais e foram utilizados para o processo de industrialização de produtos de consumo humano.
Nas análises realizadas pelo Ministério da Agricultura em mais de 10 amostras, foram detectados que o leite cru, leite UHT estavam fora dos padrões.
A águra era adicionada aos produtos para que o creme de leite duro, fosse amolecido novamente. Os laudos eram realizados pelas próprias empresas e eram mascarados.
A operação Leite Compensado 12 foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – Gaeco Segurança Alimentar do MP, Com participação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Receita Estadual e Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
A rede de supermercados Dia retirou todos os lotes dos produtos de suas lojas e bloqueu a saída do mesmo do centro de distribuição.

Visão Geral


A produção de leite pode ser considerada uma atividade estratégica para o desenvolvimento economico do Estado do Rio Grande do Sul. É uma atividade básica para a agricultura familiar, especialmente para aqueles agricultores que dispõem de pequenas e médias propriedades. A consolidação da atividade leiteira lenvando em consideração a produção familiar é decisivo não apenas por representar grande parte da fonte de renda, mas em especial pela representatividade no mercado. No ano em que foi deflagrada a operação leite compensado o Rio Grande do Sul foi o segundo maior produtor de leite ficando atrás apenas de Minas Gerais (Fonte: Sindilat-RS/FecoAgro).
Sendo assim essas denúncias causaram reflexos negativos no consumo do leite trazendo uma imagem ruim para toda a cadeia produtiva e por consequentemente danos preços pois foram identificados através de análises laboratoriais água, citrato, soda cáustica, bicarbonato de sodio, água oxigenada e ureia que tem como subproduto o formol, que mesmo passando por processos de pasteurização não pode ser perdido e é altamente cancerígeno.
Outra grande preocupação é que as cooperativas menores terceirizam o envasamento do leite longa vida em grandes empresas e com marcas próprias, colocando em risco o funcionamento destas cooperativas visto que o leite embalado não é o mesmo que é entregue pela cooperativa pois passava por processos de adulteração até mesmo durante o transporte, antes de chegar a indústria.
Os pontos positivos de se ter uma investigação deste porte são os novos métodos de fiscalização e da força que o consumidor tem sobre as indústrias produtoras, onde as mesmas foram obrigadas a aumentar o cuidado e a transparência do sistema produtivo, desde o transporte das granjas leiteiras até o produto final.
Algumas medidas fixadas na legislação foram a Regulamentação para o transporte do leite e higienização dos caminhões, Ampliação e fiscalização contínua dos órgãos responsáveis (SIF/CISPOA) durante o recebimento e processamento do leite nas indústrias de laticínios, ü Licenciamento do MAPA para os leiteiros / freteiros/ transportadores - Cadastramento e registro dos transportadores de leite junto às empresas, Capacitação dos envolvidos na cadeia, Padronização dos laboratórios da Indústria e do Estado – utilização dos mesmos critérios e investimentos em novas tecnologias e regulamentação quanto ao horário de funcionamento dos estabelecimentos envolvidos na cadeia leiteira, todas estas medidas propõe mudanças positivas para o processo produtivo da cadeia.


Equipe WeMaLuNi
Bruna Muniz
Luiza de Freitas
Mayara Carvalho
Nielsen Moreira
Wederson Gutemberg 

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